Um garoto de 11 anos morreu de hantavirose em Urubici, Santa Catarina, após ser mordido por um rato silvestre. O óbito ocorreu no dia 7 de setembro, mas a confirmação da doença foi concluída apenas na última sexta-feira (16). A Vigilância Epidemiológica local monitora outros 18 casos suspeitos.
A Secretaria Municipal de Saúde da cidade alerta para um número crescente de ratos silvestres na Serra catarinense, afirmando que Urubici está em alerta. Os gêneros de roedor que carregam o hantavírus e cuja população aumentou são Akodon e Oligoryzomys; o evento pode estar ligado à floração da taquara cará (Chusquea mimosa australis), do final do verão, segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive).
Em Santa Catarina, só neste ano, já foram confirmados 6 casos da doença, dos quais 4 levaram os pacientes a óbito. As mortes ocorreram nas cidades de Agronômica e Lontras, que ficam no vale do Itajaí, e em Caçador, no oeste do estado. Causada pelo hantavírus, a hantavirose é uma síndrome cardiopulmonar que pode levar à morte em 72 horas. Santa Catarina vê casos da patologia desde 1999.
Sintomas da hantavirose
Segundo informações da Dive, a infecção pelo hantavírus pode apresentar os seguintes sintomas:
- Febre;
- Náusea e vômitos;
- Cefaleia (dor de cabeça);
- Dor abdominal e no corpo;
- Tosse seca;
- Diarreia.
- Caso a doença evolua, pode acabar causando falta de ar intensa, cansaço, sonolência e pressão baixa. Nesse estágio, a chance da hantavirose ser fatal é muito alta.
Sintomas como os aqui relatados podem demorar até 60 dias após o comportamento de risco para se apresentar, e é recomendado, pela Dive, que um médico seja procurado logo ao identificá-los.
Transmissão da hantavirose
O vírus em questão é eliminado pelos ratos silvestres nas fezes, urina fresca e saliva, e costuma infectar humanos pela inalação de aerossóis dessas substâncias misturados à poeira. A mordida dos roedores também pode transmitir a doença, como no caso do menino de Urubici. Mais comum no meio rural, o risco de contrair a doença é maior para agricultores, pescadores e trabalhadores do campo no geral.
Para evitar a transmissão, algumas medidas podem ser tomadas:
- Evitar contato com ratos silvestres e seus excrementos;
- Lavar pratos e utensílios de cozinha logo após o uso;
- Colocar a comida em sacos ou caixas fechadas a 40 cm do chão, evitar deixar restos caídos;
- Coletar e descartar o lixo corretamente;
- Plantar milho e grãos diversos longe de casa;
- Limpar bem as áreas ao redor da residência, de galpões, paióis e alojamentos, retirando entulhos;
- Manter locais onde animais vivem limpos e sem restos de comida;
- Não descansar em locais fechados, especialmente com grãos ou restos de comida;
- Antes de limpar um local fechado, ventile-o por ao menos 1 hora antes;
- Depois da ventilação, umedecer o local com água sanitária a 10% (1 parte de água sanitária para 9 de água) e aguardar 1 hora antes de limpar.
A Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina emitiu uma nota de alerta a todos os serviços de saúde locais sobre a situação, já que a grande área de Mata Atlântica contém muitos espécimes de taquara cará, habitat dos roedores silvestres vetores da doença. O risco segundo a Dive, é de que o aumento populacional do animal possa acabar se estendendo para outras regiões do estado.
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